Que atire a primeira pedra quem nunca cometeu um deslize durante uma dieta. Um pequeno delito, no entanto, já é o suficiente para alguns se colocarem no banco dos réus. Veja a razão de as recaídas serem tão comuns e saiba como não deixar todo o seu esforço ir por água abaixo
Você começou um programa de emagrecimento na maior empolgação, seguiu o cardápio à risca, detonou calorias com caminhadas diárias… No início foi uma beleza, os ponteiros da balança começaram a baixar, seu pique aumentou e sua auto-estima foi lá pra cima. Mas, depois de um tempo, surgem os famosos testes de resistência: vontade de afogar as mágoas numa caixa de bombons, aquele almoço que sua mãe preparou com os pratos que você mais gosta e convites para jantares, com cardápios repletos de bombas calóricas.
Um desafio, não? Às vezes, até parece que é preciso ter superpoderes para resistir a tais tentações, especialmente quando nos encontramos numa fase difícil, por questões emocionais, financeiras ou profissionais. Nesses casos, uma recaída é fatal. O problema maior? O que era para ser superado e acabar ali se transforma numa tortura sem-fim. A pena é máxima! Alimentação restrita a líquidos ou, quando muito, ao monótono frango grelhado com alface. Diante do castigo insuportável, vem aquela vontade de comer tudo o que está à sua frente. E, quando percebe, os quilinhos que tanto lutou para perder voltam rapidamente e com eles um baita sentimento de culpa.
De acordo com especialistas, tudo isso pode ser evitado, se em vez de se condenar a uma pena tão severa você retomar o programa no dia seguinte. “Em qualquer planejamento, inclusive o alimentar, podem ocorrer falhas e tropeços. Isso não deve ser visto como fracasso, nem induzir à desistência. Faz parte do jogo. É importante tirar proveito dos erros para não cometê-los numa próxima oportunidade”, comenta o psiquiatra Leonardo Gama Filho, chefe do Serviço de Saúde Mental do Hospital Municipal Lourenço Jorge, no Rio de Janeiro.
Mas, atenção! Isso não significa que é permitido pecar à vontade. Evitar novos deslizes é necessário para não estacionar o emagrecimento. De acordo com o psiquiatra, a possibilidade de uma recaída é sinalizada com algumas alterações no comportamento, entre elas, isolamento, ansiedade exagerada e falta de motivação.
Onde está o perigo
Com certeza, quem vive em pé de guerra com a balança, conhece muito bem essa situação. Segundo o psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Programa de Atendimento ao Obeso do Hospital das Clínicas, (PraRAtoO), de São Paulo, as recaídas realmente são freqüentes e as maiores vítimas são aquelas pessoas com pouco controle emocional. Costumam, inclusive, fazer projeções mirabolantes, como: “Quando emagrecer, minha vida vai ser uma maravilha!” O especialista explica que como não ocorre nenhum milagre, ou seja, a pessoa continua enfrentando as mesmas dificuldades do dia-a-dia, (afinal, gordos e magros têm problemas), vem a decepção e, aos poucos, o indivíduo volta a usar a comida como compensação.
Ops, escorreguei! recaida no regime
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