Fazer uma diferença efetiva nos pequenos negócios de beleza é o maior objetivo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) ao participar da 9ª edição da Beauty Fair, em São Paulo. Com uma equipe de consultores especialistas na pequena gestão, a entidade oferece auxílio aos empreendedores visitantes da feira com dicas de administração, marketing e jurídicas.
“Queremos mostrar como os donos de salão podem fazer seu negócio rentável”, afirma Andrezza Torres, coordenadora nacional de serviços do Sebrae. O assédio do público da Beauty Fair ao estande do Sebrae é alto, e com justificativa. Atualmente, 99,6% do setor de serviços em beleza no Brasil tem faturamento anual de até R$ 3,6 milhões – ou seja, enquadram-se como pequenos negócios, segundo o Sebrae.
São mais de 500 mil negócios de beleza legalizados no país, com um aumento de sete mil empreendedores individuais (EI), por mês, ao segmento. “Hoje, a cidade de São Paulo abre mais salão de beleza do que lanchonete nas ruas”, comenta Elderci Garcia, responsável pelo atendimento setorial do Sebrae-SP. O empreendedor que procurar os consultores do Sebrae na Beauty Fair poderá, se for caso, até formalizar o seu negócio.
Entre 2012 e 2013, o estado de São Paulo registrou um crescimento de 48,2% no número de micro empreendedores individuais (MEI) com atividades no ramo da beleza. “É uma curva ascendente, e o nosso trabalho tem ajudado a abrir as portas para a formalização”, afirma Elderci. Segundo Andrezza, os maiores benefícios de tornar-se um MEI é criar um CNPJ – uma exigência do mercado na prestação de serviços – e ter a segurança da Previdência.
No entanto, estima-se que apenas 20% dos negócios de beleza no país atualmente sejam legalizados, segundo Andrezza. Consciente da forte demanda do setor, a entidade oferece 42 projetos no país específicos para o atendimento customizado à área de beleza, desde a formação do salão. Entre eles, uma parceria técnica com as empresas L´Oreal e Matrix a fim de gerar oportunidades aos MEIs de tornarem-se microdistribuidores de cosméticos.
Outro projeto, e lançado na Beauty Fair, é o Salão Móvel: duas cadeiras de cabelereiro e manicure montadas dentro de uma van que percorrerá o estado de São Paulo pelos próximos doze meses com consultoria especializada em salões de beleza. “Transformar o fluxo do salão em negócio sustentável e rentável é um desafio. Não basta ser só um talento. O empreendedor tem que entender de todo o negócio”, diz Elderci.
Norma de boas práticas
Pensando no futuro do mercado de beleza e cosméticos, o Sebrae espera lançar em março do ano que vem uma norma técnica inédita no país para garantir as boas práticas nos salões de beleza. O projeto tem o apoio da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). “Discutimos a norma em comitê com voluntários, associações e sindicatos. Ela é representativa das características dos negócios de todas as regiões do país”, afirma Andrezza.
Outra colaboração do Sebrae ao setor é o apoio ao projeto de lei ´Salão Parceiro´, em tramitação no Congresso Nacional. Seu texto prevê regulamentar a atuação de cabelereiros, manicures e esteticistas como autônomos nos salões de beleza – fora do vínculo empregatício praticado atualmente. O objetivo é reduzir os altos custos de suas carteiras de trabalho. “O ambiente tributário e trabalhista é complicado, e as altas comissões são um impedimento para a atuação destes profissionais sob as exigências da CLT”, comenta Andrezza.
fonte : cabeleireiros.com